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SWV é um sistema para catalogar o trabalho de Siza. Criado à imagem do BWV de Bach, associa uma sigla identificadora (o SWV) a um sistema alfanumérico de raiz cronológica (como na catalogação em opus) que identifica, cronologicamente, cada obra de Siza.

Os trípticos que se seguem oferecem-nos o contexto das possíveis Geografias de Siza barroco.

Notícias

“A casa é de carvão, a porta é de prata, oiro no ar, atmosfera doirada, nitidez doirada, dias doirados”, por Maria Filomena Molder

O meu ofício são as palavras, sem elas não há conceitos. Não é por acaso que logos, o ingrediente-chave da invenção da filosofia, significa palavra (o primeiro entre os seus usos).

E. R. Curtius ensinou-me que o logos é capaz de traduzir tudo, i.e., lendo um diálogo de Platão ficamos a saber muitas coisas sobre a cidade de Atenas, incluindo o que se passa nos anfiteatros, nos templos e até na viagem da alma após a morte. Em contrapartida, não será possível reconstituir nenhum dos diálogos de Platão através da arquitectura (ou outra arte qualquer).

Por outro lado (o mestre é Giorgio Colli), não há melhor maneira de conhecer o espírito, a energia de uma cultura já desaparecida – o exemplo é de novo grego – do que entrar num templo arruinado. Soberano, aqui, é o jogo vivo entre o corpo e o espaço.

Das palavras dos artistas engendra-se, por assim dizer, um caminho intermédio, e o logos, posto ao serviço de um animal selvagem domesticado (vénia a Wittgenstein), conhece uma surpreendente metamorfose. Daí as imagens em Álvaro Siza: uma casa com o seu esqueleto, o seu coração, os seus pulmões. Elas encontram-se com o sentimento de Chillida de ver no interior de Santa Sofia os pulmões de Bach a contrair-se e a expandir-se. Talvez assim o barroco seja convocado.

Duração: 60 min.

Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis

Entrada gratuita, mediante inscrição aqui

 

Desenho de Goethe, 1816, lápis gordo preto e branco sobre papel azul acinzentado, original de 20,7 x 34,8 cm, apud Catálogo Johann Wolfgang von Goethe Paisajes, Círculo de Bellas Artes, Madrid, 2008.

 

Biografia Maria Filomena Molder

Professora Catedrática Emérita de Estética da Universidade Nova de Lisboa. Membro do Instituto de Filosofia da Linguagem (IFILNOVA). Professora convidada na École des Hautes Études en Sciences Sociales (1995 e 2011). Membro do Conselho Científico do Collège International de Philosophie, Paris (2003-2009). Escreve sobre problemas de estética, enquanto problemas de conhecimento e de linguagem, para revistas de filosofia, de literatura e de arte. Últimas publicações: O Absoluto que pertence à Terra (Edições do Saguão, 2020) – Prémio de ensaio Jacinto do Prado Coelho 2021. Três Conferências I – Lança o teu Pão sobre as Águas (Edições do Saguão, 2021). Palavras Aladas. Conversas em torno do Desenho com Cristina Robalo (Documenta, 2022). Foi responsável pela edição de Fernando Gil. Paisagens dos Confins (Edições Vendaval, 2009), Morphology. Questions on Method and Language (Peter Lang, 2013) e do nº 68 da revista Rue Descartes, “Philosopher au Portugal Aujourd’hui” (2010).

 

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Projecto de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico no âmbito da Arquitetura de Álvaro Siza Vieira FCT: SIZA/CPT/0021/2019

Financiado por:

FCT, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Ministério da Cultura; FAUP; CEAU.

Apoiado por:

Museu Nacional Soares dos Reis; Fundação de Serralves; Fundação Calouste Gulbenkian; CCA; Drawing Matter; Casa da Arquitectura; Fundação Marques da Silva, Irmandade dos Clérigos e Conservatório de Música do Porto.

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